Lembro como se fosse hoje: em outubro de 2008, quando analisava o resultado das eleições municipais daquele ano, ouvi de um cientista político algo que me entristeceu bastante: “Meu caro jornalista, o que algumas cidades têm de pior é o povo. Não adianta ter boas propostas, boas idéias, bons projetos, se o povo não assimilá-los e optar por eleger aquele que já é conhecido como ruim para o seu município. Veja o caso de Magé, por exemplo, apesar de todos os escândalos, o povo de lá acabou de reeleger Núbia Cozzolino”. Fiquei sem voz para respondê-lo. Não admito que o povo seja o pior que Magé tem, mas sou obrigado a concordar que a escolha feita nas urnas foi péssima e só fez piorar as coisas.
Essa semana eu pude constatar que muita gente parece torcer pelo pior em Magé e percebi isso da pior maneira possível, concluindo que as pessoas parecem não gostar de notícia boa. Postei uma matéria sobre o Centro de Tratamento de Resíduos e choveu ataques, como se eu fosse o responsável pelo projeto e não o emissor da informação. Como entender essa gente? Difícil, não?
O CTR de Bongaba é um excelente projeto e não tem nada a ver com a família que se acha dona da cidade. Muito pelo contrário. Tem Cozzolino fazendo de tudo para a atrapalhar, porque para um deles parece que o bom seria manter o lixão e aquele exército de infelizes servindo de mão-de-obra barata aos que lucravam alto vendendo o material reciclável. Não se trata de um lixão, mas de um aterro sanitário. O lixão já existia e só resultou em problemas graves. Causou danos ambientais irreparáveis, provocou inúmeros casos de doenças e vinha gerando multas diárias. A estimativa é de que o volume de infrações acumuladas desde 1998 chegue hoje a R$ 17 milhões.
Não estou aqui apenas para vaiar. Aplaudo o que tem de ser aplaudido, mesmo que isso desagrade ao grupo do quanto pior melhor. Não é por se tratar de Magé que tudo tem de ser ruim.
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