Tendo o poder como segunda pele, alguns membros da família Cozzolino estão dispostos a irem às últimas conseqüências para manterem-se no governo. A meta do momento é estender a “interinidade” de Anderson Cozzolino, o Dinho, até 31 de dezembro de 2012 e para isso muitos acordos estão sendo costurados, principalmente com a Câmara de Vereadores, onde outro interino, Leonardo da Vila, vem fazendo apenas figuração na presidência da Casa, já que Dinho está do jeito que sempre quis: manda nos poderes Executivo e Legislativo.
A movimentação o clã que domina Magé visa garantir o presente e o futuro, mas isso esbarra na determinação do PMDB - partido ao qual Dinho é filiado - de não abrir espaço para nenhum Cozzolino ou nome ligado à família dispute a Prefeitura pela legenda. O nome que será levado a convenção, diz o presidente do partido no município, será o de Nestor Vidal. O PMDB ainda tem na manga dois trunfos: José Augusto Nalin e o dono de uma fábrica de refrigerantes conhecido como Cláudio da Pakera. Nalin está afinado com as diretrizes da legenda no município, mas Cláudio, segundo avaliação de seus próprios colegas de partido, teria uma forte inclinação pelo clã que está no poder. É certo que o comando do PMDB mageense terá muitas dificuldades pela frente, mas já deixou claro que não abrirá mão de apresentar Vidal na convenção que definirá a candidatura a prefeito.
Para concretizar isso a direção do PMDB está se baseando num impedimento jurídico de Dinho vir a ser candidato a prefeito. Aliás, dentro desse raciocínio jurídico, Dinho, se sua interinidade for esticada, não poderá ser nem candidato nem a vereador. O problema é que Dinho acha que pode e diz até ter uma jurisprudência sobre isso. Dependendo da origem dessa tal de jurisprudência, é bom ele não confiar muito, a não ser que mágicos de plantão consigam tirar da cartola uma sentença de última hora.
E os outros partidos? Me perguntaria o leitor. A resposta não vai agradar a muitos, mas o que posso fazer? O PT, por exemplo, não tem quadros para disputar a Prefeitura e não faria nem cócegas num candidato a prefeito apoiado pelos Cozzolinos, que poderão atacar de Werner Saraiva tendo o ex-vereador Valdec de Mattos como vice, fechando um acordo para - apostando na memória curta do povo - voltarem com um Cozzolino legítimo em 2016. Ai o leitor me fala: o PT tem o Lourival. Eu respondo: Esta aí um bom candidato... a vice, mas para quem?
Narriman Zito, do PRB, teve grande chance de voltar ao governo em 2008, mas fez uma campanha amadora e sem recursos. Deixou o coração falar mais alto que a razão. Foi a segunda mais votada, passou raspando e teria levado se não depositasse na mão de Deus uma responsabilidade que é dela. Deveria ter andando mais, ouvido mais e orado menos, pois Deus e nem os anjos votam. Narriman é uma opção? Claro que é, mas é preciso por os pés nos chão, pedir sim a direção de Deus, mas não ficar esperando que os votos lhe caiam do céu. Aliás, política no Brasil é uma coisa tão suja que Deus deve passar bem longe dela.
Quanto a outras candidaturas, não são aconselháveis, pois tudo que os Cozzolinos querem é isso: um monte de candidatos a prefeito para eles virem com os votos de Piabetá e ganharem de novo. Ao clã, por exemplo, interessaria bastante uma candidatura do vereador Genivaldo Ferreira Nogueira, o Batata, a prefeito. Ele tem o controle do PPS e se insistir, leva a indicação.
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