quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Que Deus tome conta de Magé

A coisa está feia em Magé. Um clima de intranqüilidade paira sobre os funcionários que carregam o município nas costas e na Secretaria de Educação é o medo que impera. Quem deveria estar proibido até de passar na porta de um órgão público é que está mandando. Que futuro terá essa cidade, se esses continuarem agindo como se fossem donos de tudo, fazendo das instituições municipais extensão de seus quintais?

Os professores da rede municipal de ensino estão desesperados. O ano letivo está às portas e muitos contratados já perderam o emprego. Hoje e amanhã estarão sendo recolhidos os netbook's (computadores portáteis) que os professores receberam para trabalharem melhor. Mas não é só isso. Quem não foi demitido não sabe se receberá o mês de janeiro. Assim está Magé.

O histórico dos que se acham donos da coisa pública em Magé é horripilante. Os escândalos verificados no município nos últimos cinco anos dão muito bem uma ideia disso. Daí o medo dos que tem como fonte de sustento um emprego na administração municipal, pois, como eu já escrevera antes, Magé parece uma república independente, com constituição e leis suplementares próprias, funcionando como se a vontade dos que mandam fosse mais forte que os direitos dos cidadãos. Nessa cidade, o estatuto do funcionalismo público de nada vale, pois pouco importa que o servidor tenha 20 ou 30 anos de serviços prestados. Se ele não rezar pela cartilha do coronelismo, a porta da rua estará aberta para ele.

Sempre escrevi que em termos de obras Núbia Cozzolino fez a melhor gestão dos últimos 30 anos, mas é só isso. No resto meteu os pés pelas mãos e os resultados disso os mageenses conhecem muito bem e estão pagando caro demais por esse meter os pés pelas mãos. Volto a dizer que cheguei mesmo a acreditar que o prefeito interino fosse fazer tudo diferente, mas hoje, 6 de janeiro de 2011, cinco dias após a ascensão dele ao cargo de governante, vejo que a coisa poderá ser ainda pior.

O que posso fazer pelos mageenses é rogar a Deus e continuar dando eco aos clamores das pessoas de bem que ainda não desistiram de lutar por dias melhores. A esses eu garanto que nada calará minha voz e que esse blog e órgãos de imprensa nos quais atuo não deixarão de revelar a verdade, mesmo que os leões rujam alto, em tom ameaçador. Aqui, repito, não tem filho de pai assustado e cara feia para mim é falta de generosidade por parte da natureza.


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