O Ministério Público Estadual deverá apresentar nos próximos dias, ao Tribunal de Justiça, pedido de intervenção no município de Magé. O MP, que investiga várias denúncias de fraudes em licitações, pagamentos irregulares e desvio de recursos, entende que a intervenção se faz necessária para proteger os interesses da população e evitar o comprometimento do orçamento da Prefeitura.
De acordo com uma fonte, a idéia surgiu em outubro, quando novas denúncias de fraudes em processos de licitação foram formuladas, mas o pedido está sendo acelerado por conta da licença do prefeito Rozan Gomes, que decidiu afastar-se por 120 dias, passando o comando da Prefeitura para o presidente da Câmara, Anderson Cozzolino, o Dinho, que, segundo foi denunciado ao Ministério Público, teria ligações com duas empresas beneficiadas pelas supostas fraudes.
O procedimento investigativo mais recente sobre a Prefeitura de Magé foi aberto em novembro e tinha como testemunha-chave Yacemir de Oliveira Fernandes, executado com um tiro de fuzil na madrugada de 29 de dezembro, na Rua São Januário, em São Cristovão. Esse inquérito apura supostas fraudes estimadas em R$ 23 milhões. De acordo com o subprocurador Antonio José Campos, também será investigada a possível relação da morte com as investigações realizadas pelo MP.
Yacemir, que chegou a namorar Núcia Cozzolino, irmã de Dinho e da ex-prefeita Núbia, revelou ao MP que o empresário Fábio Figueiredo Morais, titular das empresas JM Terra e FFM Terra Locadora, atuaria no município de Magé, “em parceria com Anderson Cozzolino”. De acordo com os depoimentos prestados, a JM recebeu R$ 912 mil da Prefeitura por serviços que já teriam sido realizados por via direta pela administração municipal.
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