Dizem nos corredores políticos de Nova Iguaçu que não há nada que o prefeito Lindberg Farias (PT) não possa “comprar” no mercado livre em que se transformou a Câmara Municipal que, avaliam os mais experientes, tem nessa a pior formação de toda a sua história. Nos últimos dias aconteceram coisas que confirmam que a maioria dos membros daquela casa que deveria ser do povo não dá a mínima para a seriedade e está lá apenas para fazer “negócios”com o governo, de acordo com os interesse paroquiais de cada um deles.
Os vereadores Fernando dos Santos, o Fernando Baiano e Cláudio Ciani, por exemplo, foram capazes de um ato tão covarde, que os dois deveriam ter vergonha de se dizerem representantes do povo: prepararam, sob encomenda do “patrão”, um novo relatório sobre as investigações da CPI da Saúde, para substituir o primeiro, no qual foram apontados indícios de graves irregularidades na aplicação dos recursos destinados para o setor, que vive uma crise danada.
Com apoio de outros 13 “soldadinhos de chumbo”, Baiano e Ciani ignoraram as provas e os depoimentos juntados pela CPI e engavetaram o documento do relator Marcos Ribeiro. Fernando Baiano é membro da bancada do silêncio. Nunca usou a tribuna para nada. Só abre a boca para dizer “sim, senhor” para o “patrão” e, sinceramente, esperar outro comportamento dele seria querer demais. Quanto à Cláudio Ciani a decepção é maior. Ele é médico, preside a Comissão de Saúde da Câmara e conhece muito bem os problemas do setor. O mínimo que se poderia esperar dele é uma postura fiscalizadora, mas o vemos submisso o tempo todo e mais interessado em defender os interesses da clínica particular com a qual tem ligações.
Apesar dessa traição ao povo iguaçuano, os servis Baiano e Ciani não conseguiram varrer a sujeira para debaixo do tapete, porque Ribeiro enviou ao Ministério Público cópias do seu relatório e de todos os documentos comprobatórios que conseguiu. O resultado e os vendilhões da honra do Poder Legislativo e o prefeito podem esperar: vem aí mais uma ação de improbidade administrativa contra o (des) governo Lindberg Farias.
Coisa de Lindberg
Lembro-me muito bem de que durante a campanha eleitoral o prefeito Lindberg disse que faria do setor de saúde de Nova Iguaçu o exemplo da administração petista no estado do Rio de Janeiro e que começaria a agir pelo Hospital da Posse, para onde ele nomearia um coronel do Exército para por “ordem na casa”. E não é que ele conseguiu mesmo exemplificar o jeito petista de governar!
Como havia prometido ele nomeou o coronel, mas a “casa” está num estado de desordem ainda maior. Com a chegada do coronel vieram também as empresas do grupo Hope – que fazem vigilância e fornecem mão-de-obra para outros setores da unidade -, novos fornecedores de medicamentos e material de consumo, mas não o que o então candidato a prefeito prometeu: a melhora do atendimento prestado.
O Hospital da Posse está hoje muito pior do que em 2004, quando Lindberg subia nos palanques e detonava a todos, dizendo que o hospital não funcionava por causa da corrupção que lá existia. O engraçado é que não se tem nenhuma notícia de qualquer ação do governo contra a tal da corrupção que Farias cansou de apontar. Muito pelo contrário. As informações que surgem são contra a atual administração, que em vez de melhorar só fez piorar as coisas.
Há cerca de um mês o coronel - que deveria estar num quartel e não dirigindo hospital - foi exonerado do cargo de diretor financeiro da unidade que ele não conseguiu melhorar em dois anos e dez meses. Foi substituído por Mônica Rangel, braço direito da secretária de Saúde e Educação, Marli de Freitas. Ela está lá, mas sem tinta na caneta e sem voz de comando.
Dois pesos...
Tem coisas que só acontecem mesmo em Nova Iguaçu. Líder do movimento “Fora Lindberg! – Chega de Corrupção!”, o vereador Marcos Fernandes vai homenagear,nessa quarta-feira, o prefeito com a Medalha Comendador Soares. Engraçado é que, não faz muito tempo, Fernandes chegou a chamar Lindberg de “canalha”.
...duas medidas
Se prefeito não mudou, quem mudou? Hoje o vereador espalha faixas pelos bairros periféricos agradecendo por obras que não estão sendo feitas e faz de tudo para agradar.
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