Onde o trânsito está tranquilo tem sempre dois agentes. No tráfego caótico da Via Ligth, por exemplo, é na base do "salve-se quem puder"
Agentes de trânsito de Nova Iguaçu gastam caneta e talão com quem anda certo, mas fecham os olhos para os bandalhas.
Circular de carro pelo centro de Nova Iguaçu pode custar caro aos motoristas. É que a ordem do Departamento de Trânsito é multar e não orientar o tráfego de veículos cada vez mais tumultuado. A ordem, entretanto, parece que só vale para os condutores de carros particulares e taxistas, porque alguns motoristas de ônibus, caminhões de entrega, de vans e das kombis que atuam no transporte complementar de passageiros fazem o que bem entendem nas ruas e nenhum fiscal da secretaria de Transportes ou agente de trânsito faz qualquer coisa.
“Está muito difícil trabalhar aqui. Um dia desses fui levar em casa um casal de idosos que mora perto do Hospital Iguaçu e fui multado porque parei em frente a residência para os passageiros saltarem. No dia seguinte fui multado porque reclamei com um agente de um caminhão de entrega das Casas Bahia que estava me impedindo de estacionar no ponto de táxi da Rua Dr. Mário Guimarães”, reclama um taxista.
Na Avenida Getúlio Moura o inferno no trânsito é certo nos dias de promoção no Supermercado Guanabara. Como o estacionamento da loja não comporta muitos veículos, a via fica engarrafada, com o caos se estendendo pelas ruas Dom Valmor, Otávio Tarquinio (que escoam o trânsito até a Via Light) e Rua Coronel Francisco Soares (por onde entram os veículos que chegam da Rodovia Presidente Dutra e da Avenida Plínio Casado.
Pagando pode até estacionar sobre a calçada
Na Rua Bernardino de Mello a placa diz que os veículos sem talão podem ser multados e rebocados. Se pagar pode ficar em cima da calçada sem nenhum problema
Não se trata de propina para o guarda. É cobrança oficial mesmo, com direito a comprovante de pagamento e tudo. Na Rua Bernardino de Mello, no trecho próximo da Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima o motorista que desembolsar R$ 2 pode estacionar o carro sobre a estreita calçada por um período de até seis horas. Os pedestres se quiserem que se arrisquem pela via de mão dupla, pela qual o trânsito é pesado e onde ainda existem vários pontos de parada de ônibus para complicar ainda mais a situação.
A cobrança é feita pela empresa Nova Park, que não se responsabiliza com quaisquer danos causados aos veículos, mas explora o estacionamento nas ruas do centro do município e dos bairros periféricos, permissão que conseguiu da Prefeitura em 1998, com validade de 25 anos.
“Tem coisas que só acontecem mesmo aqui em Nova Iguaçu. Em qualquer lugar é proibido estacionar sobre as calçadas, mesmo se tratando da calçada do dono do carro, mas em nossa cidade isso permitido, desde que se pague por isso. Acho um absurdo isso. Essa permissão é recente. Antes essa calçada ficava livre”, diz o comerciante Manoel Lomba, que há 25 trabalha na Rua Bernardino de Mello.
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