Detida hoje pela Policia Civil no interior da Prefeitura de Magé, a ex-prefeita Núbia Cozzolino e alguns funcionários da municipalidade vão responder por suposta destruição de documentos públicos. Ela e várias pessoas ocupantes de cargos comissionados foram denunciadas ao Ministério Público, que já tem a relação com o nome desses servidores. Alguns funcionários tiveram suas casas vasculhadas durante a campanha eleitoral e nessas operações foram apreendidos vários documentos. Núbia foi liberada agora a pouco, mas foi avisada de que voltará ser detida se retornar a qualquer dependência da administração municipal.
“A destruição de provas é tão grave quanto ameaçar uma testemunha. Isso dá cadeia”, me disse agora a pouco uma fonte. Segundo a fonte, nas operações de busca e apreensão a impressão que se tinha é de que as casas desses servidores eram extensão da Prefeitura, tal o volume de documentos públicos encontrado.
Diretoras terão de provar que materiais foram mesmo entregues
O cerco também está se fechando em várias unidades da rede municipal de ensino. O MP já tem informações dando conta de quem ontem e hoje algumas diretoras de escolas teriam assinado o recebimento de materiais que na verdade não teriam sido entregues. A promotoria tem denuncia de que uma verba de R$ 4 milhões não teria sido devidamente aplicada e servidores de confiança do governo estariam buscando um jeito de ajeitar a situação.
Sindicato em ação
A detenção de Núbia Cozzolino hoje, pelo menos por algumas horas, foi muito importante para um processo que deverá esclarecer muita coisa em Magé. A operação de busca e apreensão só foi possível a partir de uma denuncia apresentada na tarde de ontem ao promotor Thiago Veras pela presidente do Sindicato do Servidores Municipais de Magé, Sandra da Silva. Sandra narrou ter visto a ex-prefeita e seus irmãos Jane e Charles saindo da tesouraria da Prefeitura e decidiu fazer a denúncia por usurpação de função pública, já que ficara sabendo também que Núbia estava fazendo processos de pagamento de verbas rescisórias, quando não poderia nem entrar no prédio.
“Nós do sindicato fizemos a nossa parte não por perseguição ou pessoalidade e sim para que os trabalhadores possam trabalhar sem pressão ou manipulação. Eu espero que depois dessa ela tome jeito, e se não, nós continuaremos fazendo a nossa parte”, afirmou Sandra, que sobre o pagamento de verbas rescisórias disse que “segundo denúncias recebidas, Núbia estava fazendo processos para pagamento de verbas a comissionados que ainda nem mesmo foram exonerados, principalmente para chefes do PSF e que estava fazendo isso pessoalmente na folha de pagamento e tesouraria”.
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