quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Lucro de 15%

Dono da FFM Terra fala sobre contratos com a Prefeitura de Magé e afirma: “Não sou e nunca fui `laranja´ de ninguém”

Em razão do que determina a prática do bom jornalismo fui ouvir hoje o empresário Fábio Figueiredo Morais, o sócio da empresa FFM Terra, que ainda tem um contrato de R$ 19,8 milhões com a Prefeitura de Magé para locação de máquinas e caminhões, que será cancelado pelo governo. Me encontrei com ele na Casa do Alemão da Rodovia Washington Luiz para saber sua versão sobre os fatos aqui noticiados nos últimos dois dias. Ele me contou que realmente recebeu todo o valor do contrato do ano passado, R$ 22,3 milhões, mas que o lucro da empresa foi de apenas 15%, por conta dos custos operacionais. Do atual contrato, me comprovou, recebeu apenas R$ 7 milhões até agora. Ele disse ainda que de sua frota apenas os caminhões de coleta de lixo estão em operação.
 “As máquinas e os demais caminhões estão recolhidos. Se a Prefeitura precisar esses equipamentos voltarão a operar. Meu contrato vence em fevereiro do ano que vem e gostaria de cumpri-lo prestando os mesmos serviços efetuados até agora, mas isso não depende de mim. O fato de o contrato ter esse valor não significa que o receberei na totalidade. Isso depende da utilização de todos os equipamentos e das horas contratadas. O contrato do ano passado foi pago integralmente porque o serviço contratado foi efetivamente prestado”, disse Fábio.

Capital social
De acordo com o empresário, o atual contrato social da empresa é bem diferente do usado no Pregão 001/2009, tendo sido ampliado para R$ 1,5 milhão, sendo 50% das cotas dele e o restante da sócia Fabiana Dias Fernandes. “Fizemos a alteração no contrato social da empresa que hoje emprega 150 pessoas que recebem seus salários em dia e tem todos os direitos trabalhistas garantidos. Dispomos atualmente de uma grande estrutura e estamos preparados para prestar serviços a quaisquer órgãos públicos ou privados”, afirmou.

O primeiro contrato
Segundo Fábio, o primeiro serviço prestado por ele à Prefeitura foi em 2005, quando a JM Terra, outra empresa sua, foi contratada pela prefeita Núbia Cozzolino para concluir a construção da primeira escola modelo do município, o Colégio Benito Cozzolino, na Avenida Santos Dumont. Essa obra foi iniciada pela empresa Sanerio ainda na gestão da prefeita Narriman Zito e deixada apenas na estaca. “Foi uma obra complicada. Núbia queria a escola pronta a todo custo e ao menor preço possível. Tivemos de operar milagre, mas a escola saiu”, completou, explicando que a JM Terra está concluindo as obras de uma outra escola, esta na Rua Paulo Lavoier, em Piabetá.

Sem “sociedade informal”
Visivelmente irritado com o fato de ter sido chamado “laranja” do ex-prefeito interino Anderson Cozzolino, o Dinho, Fábio não nega ser amigo dele, mas descarta qualquer participação de Dinho com a JM Terra e a FFM Terra. “Me sinto ofendido com isso. Essa história me tem causado sérios problemas e até fui denunciado ao Ministério Público, onde já prestei todos os esclarecimentos e apresentei todos os documentos solicitados. Toda a papelada que o promotor pediu já está nas mãos dele e agora estou aguardando o desfecho dessa história. Tenho muito orgulho da minha trajetória profissional. Dirigi caminhão, fui vendedor de carros em Caxias e resolvi tocar meu negócio a partir do meu pai, que tinha uma empresa em Caxias. Não sou ladrão do dinheiro público e busco trabalhar com seriedade. Estou exposto por causa dos valores altos dos contratos, mas nosso lucro é muito pequeno diante do volume que movimentamos. Não faturamos R$ 70 milhões”, concluiu o empresário.

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