O Ministério Público Estadual vai investigar a mudança na estrutura administrativa do município de Arraial do Cabo, que gerou um aumento de cerca de 35% na folha de pagamento em relação aos chamados cargos comissionados, os cargos de confiança, ocupados através de nomeação direta do prefeito. A investigação será conduzida pela Promotoria de Tutela Coletiva de Cabo Frio, que já pediu explicações sobre o caso. “Com a mudança o prefeito vai pagar horas extras aos ocupantes desses cargos, o que beneficia diretamente secretários e assessores, enquanto os servidores efetivos continuam sendo mal pagos”, alertou o vereador Eduardo Andrade Rocha, o Dudu (PDT).
A nova estrutura foi aprovada por sete votos a dois em sessão extraordinária convocada pelo prefeito Wanderson Cardoso de Brito, o Andinho (PMDB), que antes mesmo de tomar posse aumentou, em dezembro do ano passado. o próprio salário. O aumento foi proposto à Câmara pelo então vereador Reginaldo Mendes Leite, eleito vice-prefeito na chapa de Andinho, através de emenda nos artigos 113 e 114 da Lei Orgânica do Município, passando a fixar os vencimentos do prefeito e do vice em uma vez e meia do salário de um deputado estadual, quando o correto seria o máximo 75%.
Uma caixa-preta
De acordo com o vereador Eduardo Andrade Rocha, a estrutura administrativa da gestão do novo prefeito “é uma verdadeira caixa-preta”, que, entende, precisa ser aberta.
“Não sabemos quem é quem no governo. Queremos que o prefeito nos informe, por certidão, quantas pessoas estão nomeadas, o nome delas e o que fazem na Prefeitura. Já pedimos isso e a primeira resposta foi para que olhássemos nas publicações dos atos oficiais. Depois nos respondeu para marcarmos dia e hora para irmos à Prefeitura para que nos mostrássemos os dados. Acho que o prefeito deveria governar com mais transparência e ter mais respeito para com o Poder Legislativo, que tem o dever de fiscalizar os atos do Executivo”, concluiu o vereador.
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