domingo, 19 de abril de 2009

Negócio entre amigos

Contrato da Fade com Prefeitura de Nova Iguaçu pode ter sido feito apenas para facilitar as coisas para uma empresa paraibana.

Localizada em João Pessoa, no estado da Paraíba, terra natal do prefeito Lindberg Farias (PT), há 2441 quilômetros de distância de Nova Iguaçu, a empresa Simplestec Informática pode ter recebido indiretamente mais de R$ 1 milhão da Prefeitura iguaçuana, vendendo um sistema operacional para o setor de recursos humanos da administração municipal, que, segundo o relatório da inspeção especial feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), no município, “não oferece segurança alguma”.

De acordo com o que foi apurado, o contrato feito pela Prefeitura com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade de Pernambuco (Fade), teria servido apenas para intermediar o negócio com a Simplestec, que seria controlada por pessoas ligadas ao prefeito Lindberg Farias.

Sediada na Av. João Machado, 849, na capital Paraibana, a Simplestec também está muito distante de Recife, onde está a Universidade Federal de Pernambuco, a qual a Fade é ligada. Essa entidade firmou dois contratos com a Prefeitura, ambos para fornecimento de programas de computadores. No valor de cerca de R$ 1,4 milhão, o primeiro contrato foi firmado no dia 10 de maio de 2005 para fornecimento dos sistemas aplicativos denominados STAR, de propriedade da Simplestec, mas mencionado como criados pela Fade. No relatório do TCE os auditores escreveram: “...tais sistemas operacionais nunca teriam de fato sido produzidos pela Fade, mas sim pela Simplestec, sendo aquela (Fade) mera intermediadora no processo de contratação de produtos e serviços desta...”

O segundo contrato, no valor de R$ 2.065 milhões, foi assinado pela então secretária de Finanças, Maria Helena Alves, para, de acordo com o extrato publicado no Diário Oficial, “implantação de produtos e serviços que possibilitem o desenvolvimento institucional e a modernização dos serviços dos diversos setores da administração municipal”.



Fragilidade


O contrato com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade de Pernambuco começou a ser investigado a partir da revelação da ex-secretária-adjunta de Recursos Humanos da Prefeitura de Nova Iguaçu, Lídia Cristina Queiroz Esteves, de que vários nomes eram inseridos na folha de pagamento da Prefeitura sem qualquer controle.

Os auditores do TCE constataram que o sistema implantado pela Simplestec a partir do primeiro contrato com a Fade é tão frágil que “somente no ano de 2006 foram realizados 808 cadastramentos de comissionados extraquadro, sem que se tenha registrada a identificação dos responsáveis pela inclusão no sistema, uma vez que tais informações parecem ter sido literalmente apagadas do mesmo”.




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