A situação de guerra em que vivemos nos indigna a todos. As ações criminosas que se alastram, acuam a população. Os traficantes se acham donos da cidade e resolveram enfrentar o estado que decidiu – com bastante atraso – partir para o confronto. Bom seria que todos nós aproveitássemos o momento para refletir, pois a sociedade também tem sua parcela de culpa e a sociedade somos nós.
Segundo estudo do governo estadual, o consumo anual de maconha é de 90 toneladas, o de cocaína 8,8 toneladas e o de crack chega a 4,3 mil quilos, garantindo um faturamento total de R$ 633 milhões. O estudo mostra ainda que os traficantes têm um custo anual de R$ 158,7 milhões com a compra de drogas e R$ 24,8 milhões com a aquisição de armas. As perdas com apreensões chegam a R$ 19,4 milhões e ainda assim eles conseguem um lucro de R$ 236,6 milhões em doze meses.
Os números são astronômicos, mas não existiriam se não houvesse os consumidores. A guerra é travada nas favelas onde os traficantes operam o rendoso negócio. Eles não descem os morros para venderem a mercadoria. Os consumidores vão até a eles. Pois é, essa é a verdade: a sociedade que protesta e reivindica uma reação do Estado, é a mesma que sustenta o tráfico com seu vício.
Que tal deixarmos de ser hipócritas e olhar ao nosso redor, meter o dedo na ferida e conversarmos em família, entre amigos e conhecidos para exigirmos de nós mesmos uma reação pessoal?
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