Bendita insônia. Deveria estar dormindo a essa hora, mas perdi o sono por volta das quatro e vim para o computador. Já li 53 e-mails e respondi a quase todos. Faltou apenas um, pois esse é muito especial e eu quero respondê-lo aqui.
Com 10 anos de magistério, uma professora da rede municipal de ensino de Magé me escreveu dizendo que descobriu nos guardados de sua mãe, junto com uma foto minha ao lado da mãe (também professora) - algumas reportagens escritas por mim entre 1986 e 1998. Não vou revelar aqui o nome de ninguém, pois sei que sou assunto proibido na Secretaria de Educação, uma espécie de amor proibido. Quem gosta de mim lá dentro tem de torcer o nariz e fazer cara de nojo toda vez que escutar o meu nome, pois é preciso disfarçar bem a coisa.
Fiel seguidora do blog, essa jovem professora me conta da admiração de sua mãe por mim e que de tanto ouvir falar em meu nome, resolveu acompanhar meu trabalho. Ela disse que a diretora de sua escola é uma daquelas que teriam sido obrigadas a assinar uma procuração para um advogado da família Cozzolino para me processar por causa das muitas matérias que escrevi relatando fatos desagradáveis para os que se acham donos da Educação de Magé e seus recursos. A diretora, diz ela, como todas as outras que fez a besteira, "está muito arrependida".
“Quando soube disso fiquei indignada. Cheguei em casa e contei para a minha mãe, que até chorou de raiva. Foi aí, Elizeu, que fiquei sabendo quem é você de verdade. Aqui em Magé o poder te odeia, mas o povo te quer muito bem. Alguns membros do governo te admiram mas não podem se declarar, mas outros, o que se sentem donos do município, esses não pensariam duas vezes antes de passar com um trator por cima de você. Falei isso com minha mãe e ela me respondeu o seguinte: Filha, com esse aí eles não podem. Conheço esse rapaz desde o início da carreira dele e posso garantir que ele adora enfrentar os gigantes”, me diz ela no e-mail entre outras tantas declarações que se eu narrá-las aqui estarei criando dificuldades para essa jovem professora e sua mãe, pois tais revelações possibilitariam que os donos do poder as identificassem.
Obrigado pelas palavras, professora. Esteja certa de que esse jornalista é o mesmo que sua mãe conheceu há 24 anos. Só o tempo passou. Os ideais, o compromisso com a verdade, o propósito de dar aos fatos o tamanho exato da verdade continuam.
Ah, sobre a insônia? Disse bendita, porque me fez vir para o computador e ler um monte de mensagens positivas como a dessa seguidora anônima.
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