Que em Magé se verificou, ao longo dos últimos anos, grande desprezo aos vivos, com os direitos fundamentais sendo desrespeitados, escândalos, desvio de verbas públicas e denúncias de corrupção todos estão cansados de saber. Lemos isso em processos, inquéritos e páginas de jornais, noticias de um tempo muito recente que muito incomoda e revolta as pessoas de bem, mas o que vou noticiar agora retrata o mais odioso dos vilipêndios: o desprezo aos mortos.
O Ministério Público está apurando denúncias de que restos mortais foram retirados de pelo menos dois cemitérios municipais - os de Bongaba e Suruí - e jogados nos rio. Fundamentada com fotos e depoimentos, a denúncia dá conta que ossos humanos eram descartados como lixo em Magé e esse descarte estaria acontecendo para abrir espaço para um outro crime: o aluguel ilegal de gavetas para receber novos mortos. Essa “locação” de espaço nos cemitérios é objeto de outra investigação que está sendo feita pela Procuradoria Geral do Município, que vai entregar ao Ministério Público o relatório do que for apurado.
Crime na lei dos homens e pecado pela lei de Deus, o vilipêndio aos mortos vai muito além disso. Mostra que os valores morais, éticos e religiosos foram fortemente abalados nesse município, que precisa mesmo ser repensado a partir de agora. Quem não respeita os direitos dos vivos e se acha no direito de descartar restos mortais como se fossem lixo não pode viver em sociedade.
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