Muito antes de a Justiça determinar a eleição suplementar eu dizia aqui que Magé precisava ser repensado e não vejo saída que não a do resgate. Veio o pleito e a vitória esmagadora. O prefeito Nestor Vidal foi consagrado nas urnas, eleito pelo voto consciente, pelo voto da revolta e até pelo voto útil, aquele em que o cidadão materializa o seguinte pensamento: “Vou votar nesse porque ele vai vencer e eu não quero desperdiçar o meu voto”. Bom, o resultado foi mesmo incontestável, embora ainda tenha perdedor chorando pelos cantos e mentindo para si mesmo: “Vou anular essa eleição!”.
O que percebo nas mensagens que recebo todos os dias é que cada um quer um resgate diferente. Uns entendem que o resgate, o “repensar Magé”, é empregar o maior número de pessoas numa Prefeitura atolada em problemas e emperrada por irregularidades. Outros dizem que a solução para o município está na demissão daquela diretora de escola só porque não gosta dela. Tem também os que acham que resgatar é deixar que as unidades do Programa Saúde da Família continuem geridas por quem não entende nada do assunto, mas está “habilitado” pela indicação do vereador fulano e existem muitos que acham que o principal ponto da mudança seria a realização de um concurso público ainda este ano, como se houvesse tempo legal para isso. Amigos, o resgate consiste em mudar tudo o que estiver errado, não importando se isso vai desagradar aliados ou oposicionistas. Quem tem de gostar do resgate é o coletivo e não os individualistas, mas tem um problema: o diferencial não pode surgir como por encanto. Vem do trabalho e esse é árduo e sem hora marcada para terminar.
O desemprego é terrível. Impede que o cidadão cuide de sua família com dignidade, joga a pessoa para baixo e cria sérios problemas sociais, mas no caso específico em que estou falando, faz parte da correição. Corrigir o funcionamento do PSF, por exemplo, vai gerar demissões sim, mas paralelo a isso a equipe envolvida na reestruturação do programa está buscando alternativas para os agentes comunitários que estão saindo por não se enquadrarem no que determina o Ministério da Saúde. Os médicos Andréia de Andrade Dias e Filipe Velasques Machado são os coordenadores técnicos e trabalham essa proposta.
A palavra resgate soa como ataque nos ouvidos dos que defendem o quanto pior melhor e não faz efeito algum nos que entendem que resolver situações pessoais seria o maior feito da mudança. Eu recebo essa palavra em sua acepção, que nesse caso significa dizer trabalhar muito e de maneira séria para que o amanhã seja bem melhor que o hoje.
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