Li hoje pela manhã uma mensagem enviada pelo produtor cultural Manoel de Almeida Bonifácio, que há 40 anos reside em Mauá, no quinto distrito de Magé. Ele me chama a atenção para algo que não vem sendo levado muito em conta ultimamente, o reconhecimento. ”A final de contas o que é reconhecimento? Ou será que tem alguém que se importa com isso?”, ele indaga. Me fala de José Anjo, que faleceu aos 93 anos; de dona Sebastiana, de São Francisco, a rezadeira do lugar e cita João Esmael, ainda vivo. Essas, pelo que entendi, ajudaram, cada uma a seu modo, a escrever a história do lugar.
Manoel me diz também do “já esquecido na história”. João Antonio Guaraciaba, que nasceu no dia 20 de setembro de 1850 e morre com 126 anos, deixando o ex-escravo reprodutor mais 300 filhos em Magé. “Conheci o velho João, ainda ouço a voz do velho, parece que foi ontem quando nos reuníamos embaixo de uma amendoeira, ainda de pé próximo a estação ferroviária. Com sua voz rouca contava suas histórias, sempre alegre e sorridente pitando o seu cachimbo. Lembro-me muito bem quando o velho falava para nós sobre os nomes: Guia de Pacobaíba, Gereré, Piabetá, Mauá, Salgado, Bongaba, Canela Preta, em fim, uma série de nomes com seus significados e fundamentos, mas o que ainda não entendi é porque o velho sempre afirmava que ‘’Magé’’ é o reduto da cobrança espiritual. Será que tem alguma coisa com o com que está acontecendo? É meu velho João... sábias palavras só falta agora o reconhecimento.”
O relato de Manoel me dá uma sugestão. Caros amigos, postem comentários sugerindo nomes de personalidades ligadas ao município e a seus movimentos culturais ou comunitários para serem homenageados nomenando prédios públicos. Vamos iniciar então, aqui e agora, uma campanha pelo reconhecimento.
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