Sempre ouvi falar horrores de algumas diretoras das escolas da rede municipal de Magé na gestão passada: perseguição aos professores concursados, malversação de recursos e uma subserviência cega à ex-deputada Jane Cozzolino, que não poderia nem passar perto de um setor público, mas posava de secretária de Educação e agia mesmo como tal. A subserviência era tanta que Jane mandou e elas assinaram procuração para que ações judiciais fossem impetradas contra mim numa tentativa de impedir que eu continuasse publicando notícias sobre irregularidades no setor. Hoje, essas mesmas diretoras estão aí forçando uma barra danada para permanecerem nos cargos. Muitas delas estão com dificuldades para fechar as contas e certamente vão dizer, como no caso das procurações, que se erraram é porque foram obrigadas a isso. Essa desculpa não vai valer na Justiça, pois Jane não era gestora de nada. Quem assinou é que terá de se explicar na prestação de contas.
Algumas dessas profissionais estão apelando para as comunidades, recolhendo assinaturas de pais de alunos, uma espécie de fiança para suas pretensões, mas o pior é que as denúncias de desrespeito continuam chegando a mim. Recebi e-mail de uma professora da Escola Municipal Ernesto Cozzolino, localizada no Parque Estrela. Essa unidade é dirigida por Verônica Luz, que já acionou a comunidade e jurou dedicação eterna para se manter no cargo. Ela é uma daquelas que obedeciam cegamente as ordens de Jane Cozzolino.
“Sou professora desta comunidade há 10 anos. Durante os últimos seis passei por muita humilhação, constrangimentos e, principalmente, a falta de liberdade de expressão. Sou pós-graduada em matemática e durante o governo dos Cozzolinos, até para o maternal da creche (localizada na mesma comunidade) fui transferida por ser oposição ao governo e ter me envolvido do movimento da Educação contra os Cozzolinos. Com essa punição, adquiri uma artrose na coluna cervical, que me obriga a ficar na base de remédios.
Desde o dia 31/07, após a confirmação do resultado da eleição tive a certeza que o basta de Deus havia chegado para mim e para tantos outros colegas pisoteados pelo governo anterior. Meu “castelo de sonhos” de liberdade e dignidade foi terrivelmente abalado pela ação de minha atual diretora, Verônica Luz. Ela havia passado um abaixo-assinado na escola para solicitar ao prefeito a sua permanência. Eu fui a única concursada que me recusei a assiná-lo, pois não acreditava mais em perseguição e vinganças e sim em uma grande mudança começando por nossa escola e comunidade.
“...fiquei assustada quando os alunos começaram a me dizer que o prefeito havia comparecido na escola e feito uma reunião com os “profissionais” e com a comunidade”. Ao terminar de minha aula (às 11h e 15 min) fui até a secretaria e, apesar de não concordar com a gestão da diretora e de achá-la incompetente para tal cargo, me dirigi a ela com toda educação como sempre e dei-lhe bom dia, e a indaguei quanto a reunião que os alunos falara. Perguntei a ela se havia acontecido alguma reunião com os funcionários e recebi como resposta que “sim, teve sim” (um sim com ar de ironia), aí perguntei a diretora o porque de eu não ter sido avisada, já que além de funcionária moro próximo à escola e certamente compareceria na reunião. A diretora olhou bem para mim e me disse “sua presença não era necessária”.
O relato é longo e mostra que essa diretora não percebeu que Magé votou por mudanças, pelo fim à perseguição e outras práticas. Acho que essa e as outras que pensam como ela terão muitas dificuldades de adaptação aos novos tempos.
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