A Fundação Educacional e Cultural de Magé está prestes a completar 45 anos e para marcar essa data muitos projetos estão sendo elaborados para garantirem o resgate da memória do município. O texto abaixo é da especialista no assunto, Marcia Ramos, que responde pela Diretoria de Projetos e Políticas Culturais da entidade.
Cultura em Magé, 10 anos em silêncio
Um dos mais ricos traços da cultura é o diverso, o múltiplo, o heterogêneo, onde se irradiam as infinitas possibilidades de identificação e expressão de um movimento histórico, de uma geografia, de um povo, de uma sociedade. Cultura é o que se vive a cada dia, é a história de um povo e o que este deixa para posteridade. É toda e qualquer manifestação expressa pelo povo, independente dos recursos despendidos para que ela aconteça.
Cultura é tudo que você imagina, realiza, sonha, projeta e ajuda a transformar realidades. Ela não nasce de uma iluminação à partir do acaso, mas de uma necessidade intrínseca de expressão e comunicação do homem, no território onde vive e convive com outros homens. Nasce, cresce e sobrevive mesmo em meio às adversidades.
Ao perder ou não construir sua multiplicidade, a cultura esvai-se em sua própria anulação, incapaz de reproduzir, incapaz de gerar as razões de sua sobrevivência. Um descaso silencioso que durou dez longos anos. Assim podemos definir a cultura em Magé. Nosso único espaço dedicado a Memória e Cultura foi incendiado e abandonado, a última ação institucional no sentido de preservação do patrimônio histórico se perdeu no tempo e nos corredores do descaso. Mas, não vamos nos ater aqui a esse passado obscuro, para ele, já existem os tribunais. Vamos partir do que temos, nossa memória, nossas ruínas e nossa ousadia para nos reinventarmos e seguir adiante.
A administração atual, sob o comando do prefeito Nestor Vidal, numa visão democrática, entende que a cultura deve ser vista como parte constitutiva de desenvolvimento, nesse sentido, procura tecer uma rede de articulação cujo objetivo seja de construir um novo cenário para nosso município. Nestor Vidal propôs e estamos colocando em prática a revitalização da Fundação Educacional e Cultural de Magé, que completará 45 anos dentro em breve. Novas posturas, procedimentos, ações e decisões estão sendo feitos de maneira cuidadosa e necessária, com clareza de metas e equipe qualificada para planejar essa estrutura que responderá pela Gestão Cultural do Município sob o comando de uma das mais respeitadas figuras dessa cidade, a professora Alcília Brandão Teixeira.
Nosso objetivo é criar diálogo e relacionamentos com a sociedade civil, perceber as demandas das comunidades e criar mecanismos capazes de fazer valer essas demandas, através de uma agenda capaz de implantar posturas e ações de todos os envolvidos nas atividades geradoras, produtoras e promotoras de arte e cultura.
Os primeiros passos já foram dados e alguns acordos já foram assinados. Outros virão. Nosso Patrimônio Histórico será restaurado e Equipamentos Culturais importantes serão construídos. Nossa Biblioteca será reinaugurada dentro em breve. No próximo dia 30/11, iniciaremos o Mapeamento Cultural do Município numa parceria inédita com a Secretaria de Estado da Cultura e a Petrobrás. Temos participado de diversas reuniões com técnicos do Ministério da Cultura e do Estado no sentido de consolidar tais parcerias.
Ainda neste ano, estaremos integrados ao instrumento mais eficaz para responder a todos os desafios de uma gestão articulada e compartilhada, que é o SNC- Sistema Nacional de Cultura. A Fundação, como Órgão Gestor, será responsável pela implementação das Políticas Culturais do Município, pela convocação do Conselho de Políticas culturais junto aos setores representativos da sociedade para a elaboração do Plano Municipal de Cultura, convocação de Fóruns e Conferências, elaboração de Sistemas de Financiamento para a Cultura, criação de Comissões Setoriais de Trabalho, Sistema de Informação e Indicadores Culturais, Programas de Formação e Ação Cultural. Tudo isso estará pautado em princípios que sirvam de referência para a criação das Políticas Culturais em nosso município: diversidade, cooperação, complementaridade, democratização, descentralização, parcerias, diálogo, integração e transparência.
O tempo do silêncio se foi. Precisamos descobrir Magé soterrada sob cinzas. Precisamos desesconder Magé em meio às suas ruínas centenárias e mostrá-la para nós mesmos e para o Brasil. Este é o caminho que escolhemos e para o qual convidamos todos aqueles, mageenses ou não, a caminhar conosco.
1 comentários:
Elizeu, boa noite.Quero lhe agradecer mais uma vez pelas postagens que acei
tas, quando aqui escrevo algo.
Quero esclarecer mais alguma coisa, sobre o trabalho sobre Magé citado acima.Não sou escritora,só tive a pretenção de reportar informações de várias fontes,tornando-a uma coletâ -
nea que valerá muito para quem for adquiri-la.Como falei é uma linguagem acessível e leve.Trata-se de um diálogo,com três personagens fictícios: João, Lucia e Maria, os quais vão lembrando de fatos e vão relatando um ao outro.
é uma obra como já lhe falei registrada em cartório e publicada também no JORNAL O "REDATOR".
Intitula-se : RECONTANDO A HISTÓRIA DE MAGÉ,POR MARTA RAQUEL- ABRIL DE 2001.
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