Uma carreta que transporta mercadorias até o centro de Magé vai pagar uma tarifa de R$ 67,20 na praça principal de pedágio da Concessionária Rio Teresópolis (CRT). Quem você acha que arcará com essa despesa extra? Por conta dessa tarifa absurda a transportadora aumenta o valor do frete e esse é embutido no preço final da mercadoria e quem acaba arcando com isso é consumidor que mora em Magé. Essa conta, não importa de que forma seja feita, será sempre paga pelo mageense, “premiado” com três postos de cobrança e a quem cabe apenas o direito de pagar.
Toda vez que toco nesse assunto surge alguém dizendo que isso poderia ser resolvido dentro do próprio município, o que não é verdade. Fosse assim bastaria que o governo municipal emitisse um decreto ou a Câmara de Vereadores aprovasse um projeto de lei e pronto. A coisa é muito mais em cima. Trata-se de uma concessão federal que brindou o Grupo CCR - Concessões de Rodovia com várias estradas Brasil a fora. A CCR deveria ser rigorosamente fiscalizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas não é. Se essa agência, braço do governo federal para cuidar desse setor quisesse, poderia reduzir o valor do pedágio e exigir um tratamento diferenciado para os moradores de Magé, que, em alguns, casos é obrigado a pagar pedágio até para ir ao banco quitar uma simples conta de luz. Não tem ação municipal que dê jeito. A questão, repito, tem de vista pela ótica federal.
A iniciativa do advogado Darke Júnior é louvável e tem todo o meu apoio, mas é preciso um engajamento maior. Esse caso requer um número muito grande de ações judiciais pedindo o fim do cerco que a CRT fez ao município. Estou falando de no mínimo uns mil processos. Fazer passeata, fechar estradas e sair batendo lata não vai sensibilizar os donos da CCR. Esses estão muito longe e os engravatados da ANTT não estão nem aí para a hora do Brasil. Porém, se os mageenses optarem por ajudar no movimento de Darke Junior com um grande volume de ações a coisa pode mudar de figura e Magé tem grande chance de se livrará desse cerco imoral legalizado pela subserviência dessa agência reguladora que não regula porcaria nenhuma.
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