“Arrume a casa, prefeito. Conserte tudo o que estiver errado, desde que esse conserto não me prejudique em nada e o erro que possam ter cometido a meu favor seja esquecido, pois dinheiro público não tem dono, né.” Bem amigos, me desculpem, mas esse foi o recado que percebi em dezenas de mensagens postadas de Magé nos últimos cinco dias, falando sobre o pagamento do décimo-terceiro salário. Entendi que os autores desse recado querem que seja ignorada a primeira parcela do abono de Natal paga pela gestão anterior, alegando, pasmem, que ninguém pode provar que o que se pagou fora mesmo décimo-tereiro.
Sou a favor do direito líquido e certo. Torço para que todos os servidores recebam aquilo que lhes é devido. Defendo uma reavaliação no plano de carreiras e a valorização cada vez maior do funcionalismo público. Quero que todas as pendências com a categoria sejam resolvidas, mas daí a pretender que o que foi ignorado durante sete anos seja resgatado em apenas três meses é querer demais e acho que qualquer pessoa de bom senso pensa assim também. Quanto a pagar duas vezes a primeira parcela, amigos, é crime grave. Errará quem recebe e quem paga. A responsabilidade jurídica será para ambos. Ignorar o que foi pago, minha gente, é legalmente impossível.
Sei que com esse texto vou virar saco de pancadas, que o amor se transformará em ódio e eu passarei a ser o pior dos homens. Conheço – e muito bem – os ônus e os bônus do meu ofício e sempre estive preparado para pagar por isso, mas não posso deixar de falar sobre o que vejo e o que percebo junto aos que aqui comigo interagem todos os dias. Minha mãe, se estivesse viva, certamente estaria de cabeça inchada por conta dos xingamentos ao longo dos anos. Me rogam pragas todos os dias. Os que perderam o poder culpam mais a mim que a força política que os derrotou. Para eles é tudo culpa do elizeupires.com. Também sou recebedor de afagos, carinho e declarações de amor, mas têm aqueles que aqui querem ver destilado, anonimamente, o ódio que sentem por quem só quer dias melhores para todos e não pão apenas para a sua mesa. Aí abrem suas caixas de Pandora.
Amigos, podem me bater à vontade, mas depois de descontarem a raiva parem para pensar sobre o que escrevi. Abraços a todos e fiquem com Deus.
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