terça-feira, 30 de março de 2010

Do saldo negativo de Lindberg

Passados exatos cinco anos e três meses desde a posse de Lindberg Farias para o exercício do primeiro mandato de prefeito em Nova Iguaçu debruço-me outra vez sobre o programa de governo que em 2004 ele registrou em cartório. Constato o óbvio : não se cumpriu uma linha sequer do que sua equipe de sonhadores escreveu e o município está muito pior, principalmente em termos de Saúde e Educação, pois esse rapaz esculhambou com tudo.

Toda vez que encontrei pela rua o ex-coerente vereador Fernando Cid ouvi dele que eu precisava ver Nova Iguaçu com um olhar mais otimista. Confesso que tenho tentado. Nada vejo de positivo. Talvez, para Cid - que nas gestões de Nelson Bornier e Mário Marques vivia falando em corrupção, em ilegalidade - os mais de 600 processos e inquéritos instaurados sobre a gestão lindbergniana também sejam frutos de um olhar pessimista por parte de juízes e membros do Ministério Público. Talvez as sacanagens feitas por Lindberg e seu time só sejam vistas por esse jornalista com predileção por notícia ruim.

Não. Claro que não. Esse tal de Lindberg ferrou com vida dos iguaçuanos destruindo as coisas boas que ainda tínhamos. O que aconteceu de bom em nossa cidade nesses últimos cinco anos nada tem a ver com esse forasteiro. O Hospital Mário Leone é da Amil, o Pólo Gastronômico é da iniciativa privada e os condomínios que estão sendo construídos para os iguaçuanos mais aquinhoados não precisaram de nada desse (des) governo que felizmente acabou hoje.

Há uns dois meses encontrei Lindberg e ele disse que eu precisava aparecer em seu gabinete para dar uma olhadinha nos bons projetos que sua gestão trouxera para a cidade. Respondi com outra proposta. Convidei-o a entrar no meu carro para eu apresentar Nova Iguaçu a ele, já que as melhorias das quais fala com boca cheia só podem ter sido feitas em outra Nova Iguaçu, não nessa onde vivo com minha família.

As coisas boas que aconteceram em nossa cidade são para nós, que, graças a Deus e ao esforço do nosso trabalho, podemos pagar. Para os mais pobres, aqueles que elegeram e reelegeram esse rapaz, nada foi feito, pois Lindberg Farias não construiu uma escola sequer e das “pelo menos duas mil casas populares” por ele prometidas no programa de governo, não se ergueu umazinha sequer.

É por isso que afirmo: Luiz Lindberg Farias Filho e sua corja já vão tarde.


segunda-feira, 29 de março de 2010

E o príncipe virou sapo

Há cinco anos quando soube da primeira candidatura de Lindberg Farias a prefeitura de Nova Iguaçu, conversei com alguns amigos jornalistas e lembro bem do que disse: “esse cara não vai mudar nada na minha vida nem na de vocês, mas, para umas de 400 mil pessoas ele vai fazer muito mau”. Não tenho bola de cristal nem sou cartomante mas bastava uma boa olhada no currículo do rapaz para ver que seu governo seria um desastre. Cinco anos depois, esses meus amigos perceberam o monstro que ajudaram a criar, mas já é tarde.

O mau que Lindberg fez é irreversível e toda a população iguaçuana, inclusive quem não votou nele, vai pagar por isso. O pior é que vai pagar sem ao menos saber ou entender o processo. Vou citar apenas um deles: Quando Lindberg assumiu a prefeitura existiam 61 mil alunos matriculados na rede. Ele sai deixando 53.240 mil. Isso significa dizer que a população aumentou mas o número de alunos nas escolas diminuiu. Isso é muito sério e ninguém presta atenção. Onde estão essas crianças que completaram sete anos durante o governo dele? Eu respondo: estão nas ruas esmolando.

Esse mal ninguém poderá reparar. Sei que, cedo ou tarde, esse rapaz vai pagar pelos seus atos. De um jeito ou de outro. Mas, sei também que a sociedade precisa repensar seus valores. Os Lindbergs da vida são apenas reflexos da nossa sociedade. Quando passamos por cima de valores importantes estamos reforçando a corrupção, reforçando que outros venham e matem nossos filhos, destruam nossa família, queimem nossas casas. Estamos crescendo assustadoramente na tecnologia e regredindo enquanto ser humano.

Hoje, quando tenho a certeza de que Lindberg finalmente está deixando nossa cidade, senti um grande alívio porque essa doença de efeito retardado vai sair de nosso quintal. Mas, ao mesmo tempo, me preocupo. Nós, iguaçuanos, demos a ele projeção nacional e agora ele vai tentar fazer o mau com muito mais amplitude. Da minha parte continuo nas trincheiras combatendo os Lindbergs que encontro do jeito que posso. Mas, temo por meus filhos e netos enquanto nossa sociedade continuar acreditando em príncipes encantados e salvadores da pátria. Mesmo assim, o sol hoje tem um brilho especial para os iguaçuanos. É hora de tentar, ao menos, reconstruir o que essa doença degenerativa chamada Lindberg Farias destruiu.


domingo, 28 de março de 2010

Prefeito de Cabo Frio permanece no cargo

Os advogados de defesa do prefeito de Cabo Frio, Marquinho Mendes (PSDB), informaram que vão aguardar a publicação da decisão judicial para impetrar um agravo de instrumento no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), para tentar reverter a decisão que negou recurso que pedia a suspensão da sentença que cassa o diploma do prefeito. Os advogados deixam claro que, durante a análise do recurso pelo Tribunal, Marquinho Mendes permanece no cargo. A defesa informou ainda que, caso o agravo seja rejeitado, o prefeito deve recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Não tenho dúvidas de que a situação será revertida, como já aconteceu outras vezes. A minha resposta a esses processos é o trabalho, as obras que estamos fazendo, os projetos sociais. Tenho o apoio da população que me elegeu. Meu mandato é legítimo e foi garantido com uma votação de 49,78% dos eleitores”, afirmou Marquinho.

A cassação do prefeito foi decidida pelo juiz Leonardo Antonelli que negou recurso contra a sentença que cassou o diploma do prefeito de Cabo Frio, Marcos Mendes (PSDB) e o tornou inelegível por três anos. Marquinho foi condenado pelo juiz da 96ª ZE de Cabo Frio, Caio Luiz Rodrigues Romo, numa ação de investigação eleitoral impetrada pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN). Na decisão do juiz Antonelli, a vice-prefeita Delma Jardim (PP) foi punida por litigância de má-fé e vai pagar multa de R$ 5mil.

“Nós estamos tranqüilos e vamos continuar trabalhando para o bem da população. Essa, como já disse, é a nossa resposta. Fui eleito em 2004 para trabalhar pelo desenvolvimento de Cabo Frio. O povo aprovou me reelegeu em 2008 e não posso decepcionar a população”, concluiu o prefeito.


Cai a farsa do Bairro Escola

Programa educacional divulgado como modelo em Nova Iguaçu só é bom mesmo na propaganda da prefeitura

Embora o prefeito Lindberg Farias (PT) tenha propagado como modelo o sistema educacional de Nova Iguaçu, os registros mostram que o número de alunos matriculados na rede municipal de ensino hoje é menor do que o verificado até dezembro de 2004, quando a rede tinha 61 mil estudantes matriculados. De acordo com o censo escolar de 2009, o município tinha, até dezembro do ano passado, 53.240 estudantes no ensino fundamental, o que evidencia um decréscimo durante a gestão de Lindberg, apesar do tão propalado programa Bairro Escola, considerado uma grande farsa pelos educadores do município.

Os números da Secretaria de Educação de Nova Iguaçu são apontados como vergonhosos para um prefeito que prometeu ampliar as vagas em pelo menos 20 mil, mas que não concluiu uma escola sequer. A única unidade iniciada por Lindberg, a França Carvalho, no bairro Prata, ainda está em fase de acabamento, embora as obras tenham começado em 2006. Lindberg, que sai da prefeitura para tentar uma cadeira no Senado, também deixa paralisadas várias obras de reforma de escolas e pelo menos 25 mil crianças em idade escolar fora das salas de aula, simplesmente porque não se investiu na ampliação do espaço físico.

De acordo com dados da própria secretaria, em janeiro de 1997, quando iniciou a gestão do prefeito Nelson Bornier, a rede municipal de ensino tinha 46 mil alunos. Em março de 2002, quando Bornier renunciou o mandato para disputar uma vaga de deputado federal, a rede registrava 22 novas escolas e 61 mil estudantes, verificando-se um aumento de 15 mil alunos em cinco anos.

“A verdade é que não houve nenhuma evolução no sistema municipal de ensino. Gastou-se muito contratando ONGs para elaborar projetos, promoveu-se muitos seminários, mas na prática o município não ganhou nada com isso. Pegaram um caixa e embrulharam com um papel dourado, mas ao abrir-se o pacote constatou-se a caixa estava vazia. Foi isso que fizeram com o nosso sistema de educação”, afirmou uma educadora com mais de 20 anos de serviço na rede municipal de ensino de Nova Iguaçu.

Fraude no censo escolar

Para garantir mais recursos federais, a Secretaria Municipal de Educação informou ao censo escolar de 2009 que 99,8% dos alunos estavam sendo atendidos pelo programa Bairro Escola, que consiste em atividades em horário integral. Entretanto, o programa funciona em apenas algumas unidades, atendendo a menos da metade do total de alunos matriculados nos colégios da prefeitura.

Os dados repassados ao Ministério da Educação teriam sido superestimados, para que o município recebesse repasses maiores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) este ano. A prefeitura informou que 53.142 alunos estudavam em horário integral, o que é desmentido pelos próprios professores.

“Isso não é verdade. O Bairro Escola não atendeu nem 20 mil estudantes no ano passado e este ano está atendendo menos ainda, até porque não existe espaço físico para acomodar mais alunos. Esse programa é muito bonito, mas no papel. Na prática não funciona, porque o prefeito esqueceu de investir na construção de novas escolas e na ampliação das já existentes”, diz uma professora do Colégio Monteiro Lobato, onde, inclusive, tem faltado até merenda.

Investigação

Quando se trata dos números, os próprios representantes da Secretaria Municipal de Educação não se entendem, O subsecretário Mário Simão, responsável pelo Departamento Pedagógico afirma que o horário integral atende a 30 mil crianças em 58 das 107 unidades de ensino da prefeitura, enquanto que o secretário Jailson de Souza – que admitiu existirem 25 mil crianças fora das salas de aula – afirma que todas as unidades oferecem o horário integral.

Na última quinta-feira a Controladoria Geral da União (CGU), anunciou que vai investigar todas as informações repassadas pela Secretaria de Educação ao MEC desde 2005. As informações estão sob suspeita por causa dos dados inflados passados ao censo escolar de 2009, o que possibilitou um aumento de 25% nos recursos destinados ao município pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação para o exercício de 2010.