sexta-feira, 31 de julho de 2009

Via Expressa

Desculpa esfarrapada


Quando a gente pensa que já viu de tudo na vida sempre tem alguma coisa que nos surpreende e a política é um dos setores em que isso mais acontece. Lendo o Globo Baixada há poucos dias a entrevista com o presidente da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu, Marcos Fernandes é mesmo de surpreender até os mais experientes. Ele diz que aumentou o próprio mandato para quatro anos, contando com ajuda de alguns pares, porque quer tocar o projeto de construção da nova sede da Câmara no terreno onde funciona hoje a Associação do Ex-combatentes no Centro.

No entanto, ele se esqueceu de dizer que acaba de fazer um acordo com o dono do prédio alugado para funcionamento da Câmara. O prédio é onde funcionava antigamente a igreja Nova Vida e que foi quase destruído por uma obra considerada irregular pelo Ministério Público feita pela Codeni. O contrato foi assinado pelo então presidente da Câmara, Carlos Ferreira, o Ferreirinha. Seu substituto, Jorge Marote, suspendeu o contrato e entrou na Justiça já que a obra não tinha como ser concluída e ele não podia ficar pagando dois aluguéis: o da Câmara atual e o do prédio em reforma.

Primeiro Marcos Fernandes acatou o projeto do vereador Thiago Portela que recupera o prédio onde funciona a Associação dos ex-combatentes. Logo depois, procurou o proprietário do prédio onde funcionava a igreja e fez o acordo. Segundo informações da própria Câmara, o acordo acerta que o proprietário vai fazer toda a reforma com recursos próprios e em janeiro a sede da Casa será transferida para lá. Depois que isso acontecer a presidência passará a pagar R$ 34 mil de aluguel durante um período e depois esse valor será diminuído.

Portanto, se esse foi o acordo como o presidente Marcos Fernandes pode dizer que quer ficar mais dois anos para poder concluir a obra do prédio novo. Quer dizer que o dinheiro público será utilizado para pagar o aluguel e, ao mesmo tempo, para construir a sede nova. Então por que não esperar a construção no atual prédio onde o aluguel é de R$ 17 mil? Por que fazer o acordo com uma obra tão confusa? E mais ainda: que espécie de sentimento é esse do presidente? Será que seu sucessor não poderia dar conta do projeto ou ainda: ele não tinha chances para uma reeleição?

A verdade é que a resposta do presidente só demonstra que não há justificativa plausível para essa atitude. Demonstra que ele não sabe o que dizer para Imprensa porque existe muito mais por trás dessa atitude. O que se comenta é que Marcos Fernandes negociou o apoio do deputado federal Rogério Lisboa para que o grupo possa manipular Sheila Gama (PDT) que deverá assumir no lugar do prefeito Lindberg Farias (PT) em abril de 2010. Uma jogada política que pode custar muito caro a muita gente.


Só da gema


Quem esteve hoje de manhã em Piraí ouviu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma frase que mostra claramente que o PT não está pensando em lançar o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias candidato à sucessão do governador Sergio Cabral (PMDB).

Lula olhou bem para Cabral e mandou uma direta no queixo do paraibano Lindberg: “Para governar esse estado só mesmo um carioca da gema”. Lindberg não estava lá, mas outros prefeitos entenderam um recado e perceberam logo que a “baiana” de Lindberg tem pouca roda.


Composição


O prefeito de Queimados, Max Lemos (PMDB) dá mostras de que aprendeu muito com seu padrinho político, o presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani. Acaba de convidar um ex-adversário, José Carlos Nunes de Paula, que com ele disputou a prefeitura, para assumir a Secretaria de Governo.


Guerra Santa


Abner Ferreira, pastor da Assembléia de Deus de Madureira andou descendo a lenha no senador Marcelo Crivela, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Abner disse que Crivela só defende os próprios interesse no Senado, mas esquece que seu pai, o pastor Manoel Ferreira, faz a mesma coisa na Câmara dos Deputados.




segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sem direito a nada

Prefeitura de Nova Iguaçu demite quem trabalha

e deixa idosos sem atendimento.

As demissões feitas pelo prefeito Lindberg Farias (PT), estão tornando pior o que já era muito ruim. Usuários da rede municipal de Saúde, principalmente os idosos que eram atendidos nas unidades do Programa Saúde da Família, estão sendo mandados de volta para casa sem serem examinados.

É o caso, por exemplo, de Roberto Santos de Moura e Gleizier dos Santos, que foram buscar socorro na unidade de Austin, onde moram e não conseguiram. Eles foram então tentar uma consulta no PAM da Rua Dom Walmor, no centro de Nova Iguaçu e saíram de lá revoltados. Os dois foram dispensados por um atendente que informou: “Vocês só podem ser atendidos na localidade onde moram. Agora é assim”.

A revolta é geral e atinge usurários e demitidos. Mônica de Castro está grávida de três meses. Trabalhava numa unidade do PSF e foi demitida pela coordenadora do programa, Beatriz Lessa, que alegou que estava apenas cumprindo ordem do prefeito. “Fui demitida sem qualquer explicação”, lamentou Mônica que participou de um protesto em frente do prédio da prefeitura, juntamente com usuários das unidades do PSF.

Para Roberto Santos Moura, o que estão fazendo em Nova Iguaçu é uma covardia. “Estão nos fazendo de palhaços, pondo a gente para andar para cima para e baixo buscando atendimento médico. Se a unidade existente no bairro onde moramos não funciona, não temos outro jeito senão buscar socorro em outro lugar, mas quando fazemos isso somos informados de que só podemos ser atendidos no posto da nossa localidade. Como isso será possível, se lá não tem ninguém para nos atender?”, indaga Manoel Francisco de Souza, outro manifestante.

Os idosos cobram do prefeito a volta das cuidadoras que os atendiam através do Programa Saúde de família. “Fizeram uma covardia com a gente. Durante a campanha esse prefeito me pareceu tão bonzinho. Foi lá na minha rua, entrou na minha casa, me beijou, me chamou de vó e agora faz isso com a gente”, completou Maria da Conceição Ribeiro.

Só quem trabalha perdeu o emprego

Alegando que precisava reduzir gastos com pessoal para implantar o plano de cargos e salários dos professores, o prefeito Lindberg Farias fez várias demissões nos últimos dias, mas poucos cortes aconteceram nos cargos de confiança destinados aos aliados políticos, principalmente nos ocupados por militantes do PT. Esses continuam empregados.

“Não é novidade para ninguém que centenas de pessoas estão nomeadas e recebem sem trabalhar. O próprio Tribunal de Contas já constatou isso, mas o prefeito prefere demitir quem trabalha. Tem secretário-adjunto demais nessa administração. Com o que um deles recebe dá para pagar os salários de cinco cuidadoras para os idosos. Isso é uma verdade que o prefeito finge não ver”, finaliza o líder comunitário José Francisco de Souza.

De acordo com o relatório final de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), entre e maio e junho do ano passado, foram detectados na administração mais de 800 pessoas nomeadas em cargos de confiança que recebiam sem trabalhar

“Ninguém dá jeito”

A situação na rede municipal de Saúde vem ficando pior a cada ano. Desde que o prefeito Lindberg Farias assumiu o governo (em janeiro de 2005) Nova Iguaçu já teve seis secretários de Saúde e o oitavo deverá ser nomeado nos próximos dias, já que o sétimo, Marcos Souza, está para ser exonerado a qualquer momento.

“A verdade é que nesse governo ninguém se preocupa mesmo em resolver o problema da Saúde e não se pode dizer que é por falta de recursos, pois o governo federal tem mandado muito dinheiro para a prefeitura investir no setor. O problema é de competência mesmo. O prefeito nomeia um secretário atrás do outro e a cada troca a coisa piora”, diz um médico antigo do Hospital da Posse.

Para os usuários da rede municipal, a situação é mesmo insustentável. “Quando encontramos médico nos postos, não tem remédio. Nada funciona e não adianta reclamar, porque ninguém dá jeito. É como ninguém se importasse com a gente”, desabafa Jorgina de Souza Lima, moradora de Austin.

Se é difícil para o usuário da rede municipal de Saúde fazer uma simples consulta médica, a realização de exames exige um longo período de espera. “Estou há dois meses tentando fazer um eletrocardiograma e não consigo. Tenho uma vizinha que está com uma lista de exames para fazer. Espera há cinco meses”, completou Jorgina de Souza.


A demissão das cuidadoras deixou os idosos desamparados




domingo, 26 de julho de 2009

O dono do Senado

Quem está acompanhando de perto os desdobramentos dos atos secretos usados pelo ex-diretor do Senado, Agaciel Maia para atender aos pedidos escusos de um grupo de senadores da pesada, já percebeu que o cara é mesmo da pesada e se comportava como um daqueles capos italianos.

A notícia da nomeação do namorado da neta do presidente José Sarney (PMDB-AP) na diretoria-geral da Casa deixa claro que Agaciel usava as vagas de confiança do órgão para agradar aos senadores. Eram instrumentos de troca para ele pudesse fazer o que bem entendesse com os contratos de prestação de serviços. Quem freqüentava o gabinete do ex-diretor conta que ele costuma guardar maços de dinheiro nas gavetas de sua mesa e estava sempre disposto a empresar algum para esse ou aquele senador desprevenido.

É por essas e outras que ninguém acredita que Agaciel venha ser responsabilizado por qualquer um desses atos. Ele sabe demais. É um arquivo vivo e certamente não pensará duas vezes antes de abrir a boca e contar os podres desses nobres senhores de gravata, bigodudos ou não, que se escondem atrás de um semblante sério para fazer bandalheiras com o dinheiro público. A verdade é que ele comandou a Casa por longos anos e deve ter muito o que contar sobre os Sarney e Renan Calheiros da vida.

Boca de ouro

Um vereador da Baixada Fluminense tem tomado precauções para sair às ruas. Estaria recebendo ameaças de morte e quem o conhece bem diz que não seria por qualquer ação política que tenha afetado interesse de alguém.

A polícia está correndo atrás para identificar os dois homens que andaram rodando, em um gol branco, o prédio onde o vereador mora e a possibilidade de ameaça partir de mercadores de ouro.

Mentirinha

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), disse ao jornal O Globo que construiu três escolas. Só se foi lá na Paraíba, pois desde que ele assumiu a prefeitura em janeiro de 2005, o município não ganhou nenhuma nova unidade de ensino.

Tudo a ver

Recebeu o número 171 o projeto de lei enviado por Lindberg Farias à Câmara de Nova Iguaçu, para regularizar as construções feitas ao longo da Via Light, onde se encontra o Polo Gastronômico 1 e onde já está sendo construído o 2, também sem licença.

Cadê você?

Sheila Gama, vice-prefeita de Nova Iguaçu, desapareceu da cidade. Dizem que ela só esta esperando Lindberg Farias renunciar para voltar de vez

Rebaixado

O patrulheiro rodoviário Marcelo Lessa perdeu o cargo de assessor especial na prefeitura de Nova Iguaçu, mas mantém a pose. Ganhava cerca de R$ 7 mil por mês e agora terá salário de R$ 600 no cargo CC1 para o qual foi nomeado.

Patrimônio imaterial

Visando reduzir a intolerância religiosa, foi sancionada pelo governador Sergio Cabral a Lei 5.514/09, de autoria do deputado Gilberto Palmares (PT), que declara a Umbanda, uma religião genuinamente brasileira, como patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro. O autor entende que a partir do momento em que os cultos viram patrimônio, passam a ser mais divulgados, diminuindo a intolerância e a violência.

Com fé

Pastor Bruno, ex-prefeito de Japeri, confirma que será candidato a deputado federal. Mas antes terá de descascar alguns “abacaxis” na Justiça.

De vara curta

Parece que o deputado estadual Alair Corrêa já se conformou com o pau que levou nas urnas do prefeito Marquinho Mendes. Não solta mais fogos nem anda mais espalhando boatos na cidade, marcando dia e hora de sua posse na prefeitura de Cabo Frio.

Só em 2012

Paulo Dames, ex-prefeito de Casimiro de Abreu, avisa que não será candidato a deputado. Só pretende disputar nova eleição em 2012, para prefeito.

Terceira via

Núbia Cozzolino deverá ter uma grande surpresa no próximo ano. Ela vem batendo de frente com o governador Sergio Cabral e com o presidente da Alerj, Jorge Picciani. O troco deverá ser dado nas urnas: o PMDB vai tirar do bolso do colete um nome forte para ser o candidato de Magé a deputado federal.